terça-feira, 28 de janeiro de 2020

O Gregorinho “denegriu” a minha imagem, como estudante da Escola Primária da Fonte Figueira

Durante um almoço de antigos alunos da Escola Primária da Fonte Figueira, no verão de 2018, o Gregorinho, meu amigo de infância, recordou várias peripécias que aconteceram durante o tempo em que frequentámos esta escola. Vou contar uma dessas “estórias”.

 
Caderno escolar (o meu devia estar pior do que este, segundo a descrição do Gregorinho)

Dizia o Gregorinho, que eu só brincava e que era um estudante "baldas", ali na presença de todos aqueles amigos "denegriu" a minha imagem, que eu tanto fazia por manter limpa. Nas palavras dele: "os teus cadernos, eram torcidas enroladas e todos sebentos, quase não se percebia o que estava lá escrito"; mais à frente remata com esta frase: "a professora pediu-te mais de dez vezes o Bilhete de Identidade e só o trouxeste quando ela te ameaçou que não te levava a exame". 

De facto nunca fui um aluno "arrumadinho e penteadinho", talvez ele tenha alguma razão, mas aqui há uma contradição com a opinião da professora: ou eu não era tanto assim como ele descreve, ou tinha muita arte para enganá-la. O discurso na voz da professora, D. Maria Alves, numa visita que efetuei, no verão de 2016: "tu eras o meu aluno preferido"; e continuou: "no exame de admissão que fizeste à escola de Silves, o diretor fez-te muitas perguntas e tu ias respondendo a todas, até que ele te perguntou: 'o que é que queres que eu te pergunto mais?' e, tu respondeste: 'na sei!', finalmente havia uma pergunta que não sabias".

Como se pode ser o aluno "preferido" da professora, nas circunstâncias descritas pelo Gregorinho? Exagerou com certeza na descrição, tal como a professora terá exagerado na apreciação que fez, talvez para me agradar.


Obrigado Gregorinho por teres trazido esta “estória”, passados mais de 60 anos. Um abraço!

F. Santos – Memórias de Infância
28 de janeiro de 2020