domingo, 30 de junho de 2019

Almoço no Guisado - Caldas da Rainha 24 de junho de 2019

Mais um convívio de camaradas de armas, desta vez no Guisado - Caldas da Rainha, a 24 de junho de 2019.

Sequência de imagens para recordar


quarta-feira, 12 de junho de 2019

Dia de Portugal - 10 de junho de 2019

Receção, oferecida pelo Presidente da República Portuguesa, na Escola Portuguesa na Cidade da Praia – Cabo Verde. Com a presença dos presidentes de Portugal e de Cabo Verde e os 1ºs ministros dos 2 países (Marcelo Rebelo de Sousa, Jorge Carlos Fonseca, António Costa e Ulisses Correia da Silva

O vídeo apresenta a parte cultural que se seguiu aos discursos oficiais e que antecedeu o convívio com um buffet. Atuações: Josimar, Tito Paris, Vitorino e Raquel Tavares


quarta-feira, 5 de junho de 2019

Desta vez entrei na luta pelo poder do recreio

(Fui posto em causa e respondi ao desafio...)

A luta pelo poder na escola
foto da net sem identificação de autor

Na escola da Fonte Figueira, o Joaquim Martins e o Manuel Felícia já tinham terminado a instrução primária, primeiro o Joaquim, depois o Manel, pela ordem lógica de antiguidade o controlo do recreio passaria a pertencer-me, pensava eu, mas aqui não era bem essa premissa que orientava a sucessão, seria se não fosse contestado.


Quando se iniciaram as aulas, assumiu-me como o novo "comandante das tropas", mas nunca exerci esse poder e as brincadeiras iam-se desenvolvendo normalmente. Eis que chega, já com o ano letivo a decorrer, um novo aluno, que transitava de outra escola para a Fonte Figueira. Os pais deste novo colega tinham vindo morar para a encosta do outro lado a escola a uns 500 metros da mesma, ao cimo da subida. Não me lembro o nome deste colega, vou chamar-lhe "Eduardo". O Eduardo era muito maior do que eu (10 e 15 cm) e seria, também, mais velho, pese embora vir frequentar uma classe mais atrasada, talvez fruto das mudanças de escola, que certamente, foi obrigado a fazer. 

Com a chegada do Eduardo o meu poder foi posto em causa, nem só por ele, mas também pelos restantes alunos da escola. Nesse dia, encontrava-me junto a um charco, no fim da descida, antes da subida que dava para a casa do Eduardo, ele estava no início dessa descida e atrás posicionavam-se um grupo de alunos, que começaram a entoar um cântico: "o Eduardo é que manda! O Eduardo é que manda! O Eduardo é que manda!!!"; perante este coro de aceitação, ele olhou para mim com ar de desafio e atirou: "sim eu é que mando"; olhei para ele, fixei-o de alto a baixo e pensei: "não vou dar-te o poder sem luta"; nisto desafiei-o: "Ah tu é que mandas, então vamos lá ver quem manda, vem e luta comigo". A reação do Eduardo não se fez por esperar, confiante da sua força: correu na minha direção; mais uma vez, fixei-o; fiquei atento aos seus movimentos e quando ele se precipitou sobre mim, baixei-me, agarrei-lhe as pernas; ele voou e foi estatelar-se no meio do charco. Ficou completamente enlameado, levantou-se e correu até à casa onde morava. Ao mesmo tempo, o grupo que o tinha aclamado um pouco antes, aclamava-me agora com o mesmo cântico: "o Fernando é que manda! O Fernando é que manda! O Fernando é que manda!!!

Um charco já seco. O da memória estava cheio de lama

Este poder terminou pouco depois, quando começou a preparação para o exame de admissão à EIC de Silves, onde participavam, o Gregorinho e a Nelita, agora todos os intervalos e o período depois de terminarem as aulas, eram ocupados com essa preparação, nem sei quem veio a exercer esse poder a seguir. Brincadeiras só depois das 4 horas da tarde no caminho de casa com o Gregorinho e eventualmente com algum retardatário que teria ficado até essa hora.



Quanto ao Eduardo, para além desta luta, tenho poucas recordações dele, penso até que não terá ficado na escola até ao fim do ano letivo.

A professora nunca veio a tomar conhecimento desta luta.

F. Santos - Memórias de Infância
3 de setembro de 2018