Baía de Luanda nos anos 1969/1971 |
Como nasce uma amizade?
A amizade
nasce, como expressa Milan Kundera “…com ela nos sentimos à vontade e
somos levados a expressar-lhe o nosso eu. …Chega no momento em que
experimentamos forte impulso de simpatia, interesse e afinidade.”
E continua “A
amizade é indispensável para o bom funcionamento da memória e para a
integridade do próprio eu.”
E termina “…
a amizade como um valor acima de todos os outros. Gostava de dizer: entre a
verdade e o amigo, escolho sempre o amigo.”
Aqueles com
quem convivemos regularmente, com os quais trocamos alguns favores, que
conhecemos há muito tempo, será isto uma verdadeira amizade? Pensamos que não é
assim. Será que podemos ser amigos com quem nos encontramos poucas vezes, com
ausências prolongadas?
Vou citar uma
passagem do pensamento de “Vinicius de Moraes”
“Mesmo que as pessoas mudem e suas vidas se
reorganizem, os amigos devem ser amigos para sempre, mesmo que não tenham nada
em comum, somente compartilhar as mesmas recordações. Pois boas lembranças, são
marcantes, e o que é marcante nunca se esquece! Uma grande amizade mesmo com o
passar do tempo é cultivada assim!”
Depois destas
citações, vou voltar ao tema da amizade, para recordar um amigo especial, um
amigo com quem apenas convivi pouco mais de 5 meses, um amigo que me marcou e
que jamais poderia esquecer. No entanto estivemos 42 anos sem quaisquer
contatos, mas, durante toda essa ausência, nunca deixou de estar presente no
meu imaginário.
No último
almoço da C. Caç. 2505, reencontramo-nos, passados todos estes anos, foi para
mim uma sensação muito boa, voltamos ao tempo do Dange, de Luanda, ao tempo dos
nossos vinte e poucos anos. O tempo do reencontro foi pouco para acabar a nossa
conversa, retomaremos certamente, num futuro próximo.
Como diz Vinicius
de Moraes:
“Pois boas lembranças, são marcantes, e o que é
marcante nunca se esquece!”
Ou ainda como
expressa Milan Kundera:
“Os amigos são testemunhas do passado, eles são
nosso espelho, que através deles podemos nos olhar.”
“Toda amizade é uma aliança contra a adversidade,…”
Penso que uma
grande amizade, “Chega no momento em que experimentamos forte impulso de
simpatia, interesse e afinidade”, não tem tempo, não tem distância, ela
existe e nada a poderá destruir, são os amigos que fizemos em situações
difíceis, num teatro de guerra, são os amigos que o tempo não apagará!
Fotos dos anos 69/71 de: F. Santos
F.Santos - Memórias de Angola
sábado, 25 de maio de 2013
PS. Dedico este
texto a todos os meus amigos, que comigo conviveram em Angola nos anos de 69,
70 e 71, para todos eles, um forte abraço.
FS.
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