quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Um Vagomestre “Ingénuo”!!!

História de um tabuleiro…

Era início de tarde, tínhamos acabado de montar o acampamento, depois de termos feito o percurso entre a Fazenda Maria Fernanda e o Dange, bem junto à ponte ainda em construção.

Ponte sobre o rio Dange

A mudança, corria bem, tudo estava no seu lugar, até que fomos confrontados com a necessidade de fabricar o pão, tão importante como imprescindível, numa refeição. Parecia existir, tanto os ingredientes, como o equipamento, necessários, para que nada pudesse perturbar a nossa estadia (ainda que curta, naquele lugar), parecia, porque estava faltando um tabuleiro, que segundo o padeiro, não seria possível levar esta tarefa a bom porto.

Cozinha de campanha

Informado o Comandante de Companhia, rapidamente chegámos a uma “solução”, foi chamado o carpinteiro, que garantiu que a partir do corte duma árvore, conseguiríamos as tábuas suficientes para fazer um tabuleiro. Providenciamos uma escolta, uma viatura e respetivo condutor, com o vagomestre e o carpinteiro (munido dum serrote), e assim, seguimos para o interior da mata. Procuramos aí, uma árvore que satisfizesse os nossos objetivos, mas desiludidos, chegámos à conclusão, que por aquele meio, não conseguiríamos cumprir, a nossa tarefa, regressámos então ao acampamento.

Aí chegados, surpresa, o padeiro fabricava o tão desejado pão, que colocava num tabuleiro para fermentar e de seguida ir ao forno.

Como seria possível construir um tabuleiro, a partir duma árvore verde, num espaço de tempo tão curto!? Só mesmo, dum vagomestre “ingénuo”!!!

F. Santos - Memórias de Angola 
quarta-feira, 7 de março de 2012

4 comentários:

  1. Cá está a nossa Ponte do Dange.táo falada hoje neste Sítio.Começa.a ficar popular...

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  2. Foto tirada da margem direita ao fundo da descida quem vem do Caje . O novo Fortim fica mais ao alto e à direita . Finais de 1968

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    1. Julgo que parte do que referes aconteceu numa operação realizada no ano anteror a NOVA LUZ,para reconhecimento da área e das condições do rio no local.Abraço.

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  3. A famosa ponte do Totobola estive lá em 70 a melhor cena enquanto lá estive foi de estar a pescar a jusante da ponte no dia que chegou a nossa rendição e já próximo do aquartelamento foram atacados para quem conhece aquilo sabe como ecoam os tiros e tanto eu como o alferes que estava comigo como armamento tinhamos as canas de pesca; até chegarmos à ponte agachados pelo meio das pedras que ladeiam o rio, jurei nunca mais largar a g3.

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