sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Amizade do tempo de guerra!


(Recordar e rever amigos)
 

Será que ainda existe amizade? No mundo em que nos movemos, com todos os interesses económicos, do salve-se quem puder, do individualismo, do egoísmo, parece haver pouco espaço para sentimentos de amizade, no entanto, não pudemos conceber a vida sem amigos.

Muitas vezes confundimos “conhecidos” com amigos, e quando dizemos que temos muitos amigos, na realidade o que temos são muitos conhecidos.

Vamos citar abaixo um parágrafo do livro de Francesco Alberoni, sobre este tema:
Os conhecidos. A maior parte das pessoas que consideramos nossos amigos, na verdade, são só conhecidos, ou seja, pessoas que não nos são estranhas como o conjunto amorfo dos demais. Conhecemos o que pensam, e seus problemas. Mas não nos inspiram confiança profunda; não lhes contamos nossas ansiedades profundas.”
Francesco Alberoni

Amigos, são aqueles, que no pensamento de Alberto Einstein, e no extrato do livro sobre a amizade de Francesco Alberoni, abaixo transcritos, bem ilustram, e, que na nossa opinião, mais se aproxima do que podemos considerar amizade:
“Pode ser que um dia o tempo passe...
Mas, se a amizade permanecer,
Um de outro se há-de lembrar.
Pode ser que um dia nos afastemos...
Mas, se formos amigos de verdade,
A amizade nos reaproximará.”
                                     Alberto Einstein

 “Quando reencontramos um amigo depois de anos é como se o tivéssemos deixado momentos antes. Mas nós mudamos, nossos problemas mudaram, e temos a impressão de prosseguir o que estávamos fazendo, como se não tivesse existido o intervalo.”
Francesco Alneroni

Toda esta introdução, para falarmos de vários amizades, que ao longo da vida vamos construindo:
  • A amizade que fazemos, numa primeira etapa da nossa vida, nos bancos de escola, quantos recordamos, hoje; 
  • A amizade que mais tarde, através das relações de trabalho, vamos cimentando ao longo de muito tempo; 
  • A amizade que construímos no local de residência, no clube ou coletividade do nosso bairro, na nossa atividade lúdica ou desportiva.

Mas a nossa geração, teve o privilégio, embora numa situação que não desejávamos, vir a conhecer, pessoas de vários pontos do país, de vários extratos sociais, durante cerca de 2 anos, no nosso caso em Angola, onde temos a certeza, cada um de nós veio a fazer amigos, e que ao ler as citações acima, nos identificamos claramente e nos reconhecemos nesses textos, citados. São, elos de amizade, que apesar do tempo, continuam unidos.



É esta amizade, cimentada numa situação de guerra, que estamos nalguns casos a reconstruir, em encontros e reencontros, continuando aquilo que há mais de 40 anos construímos, uma velha amizade.

F. Santos - Memórias de Angola
sábado, 29 de dezembro de 2012
 

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